Em Manaus Juiz aceita denúncia contra PMs por suposto envolvimento na morte da soldado Deusiane


A soldado Deusiane foi encontrada morta, no interior do pelotão fluvial, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, no dia 1º de abril de 2015 – foto: divulgação

O juiz da auditoria militar Alcides Carvalho Vieira Filho, aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MP-AM) contra cinco policiais militares apontados como autores do assassinato da soldado Deusiane da Silva Pinheiro, morta com um tiro na cabeça em abril de 2015. A denúncia foi enviada ao juiz dia 26 de julho e aceita no dia 4 deste mês.

Consta nos autos, disponível no site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) que os envolvidos, cabo da Polícia Militar Elson dos Santos Brito, cabo Jairo Oliveira Gomes, soldado Júlio Henrique da Silva Gama, cabo Cosme Moura Souza, além do cabo Narcízio Guimarães, vão responder por crime de matar alguém à traição e emboscada, crime por afirmação falsa, além de negação ou calar a verdade, como testemunha.

Ainda segundo o processo, o magistrado solicitou que a defesa dos acusados, feita pelo advogado Leonardo Mascarenhas, se pronuncie nos autos para conceder aos acusados o direito a ampla defesa.

Procurado pela reportagem, o advogado dos policiais militares afirmou que acredita na inocência dos seus clientes e disse que irá se pronunciar somente nos autos do processo. “Eu não costumo comentar sobre os meus clientes e nem sobre a estratégia de defesa. Tudo que irei fazer, vai constar no processo, mas reafirmo dizendo que meus clientes são inocentes”, disse.

Conforme a denúncia do MP-AM, Elson e Deusiane estavam no piso superior. Já o cabo Jairo, soldado Júlio, cabo Cosme e cabo Narcizio estavam no piso inferior, quando ouviram um barulho de tiro. Ao subirem para verificar o que está ocorrendo, avistaram Deusiane caída no chão, com o cabo Elson, próximo ao corpo. Tal versão essa negada pelos denunciados.

“Segundo os peritos, o disparo que atingiu a vítima originou-se da arma de série 51035. A conclusão deu-se pelo exame complementar com reagente luminol, que detectou maior concentração de sangue no ferrolho da arma de série 51035, que supostamente estaria com Deusiane. Ocorre que, o ferrolho periciado, na arma de série 51035, era na verdade o ferrolho da arma de serie 71893, exatamente a arma cautelada para o denunciado Elson. A troca de ferrolho de duas armas, apesar de ser um procedimento rápido, não poderia ter ocorrido sem a conveniência dos demais colegas de farda do cabo Elson”, concluiu o promotor Edinaldo Aquino Medeiros, autor da denúncia.

Ana Sena
EM TEMPO


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