No Pará Escola estadual com obra atrasada há 4 anos só funciona com ‘gato’ na rede elétrica, em Castanhal

Escola estadual com obra atrasada há 4 anos só funciona com ‘gato’ na rede elétrica, em Castanhal.

Em Castanhal, nordeste do estado, a escola estadual de Ensino Fundamental e Médio Elcione, no bairro Jaderlândia, está com as obras atrasadas há quatro anos e as aulas ocorrem em salas improvisadas.

Os estudantes e professores ainda sofrem com o calor, o medo e a insegurança. O prédio inacabado só tem energia por causa de um “gato” na rede elétrica e, mesmo assim, a rede fraca não sustenta os ventiladores.

As obras, iniciadas em 2013 tinham previsão de conclusão em seis meses, mas até hoje os pisos ainda estão no cimento, não há ventilador nem ar condicionado, e a fiação elétrica está exposta, oferecendo riscos de acidentes.

O estudante do 3º ano do Ensino Médio Victor Hugo Almeida diz que só quer um espaço bom para aprendizado, onde possa realizar suas atividades e aprender. “Foi um período muito difícil. Nesses quatro anos, passamos por vários locais, procurando lugar para nós estudarmos”, diz o estudante do 2º ano Lucas Oliveira.

A escola tem 1.200 alunos divididos em três turnos. Não tem ginásio, biblioteca, nem laboratório de informática. As centrais de ar e os ventiladores não podem ser usados, porque a energia é clandestina, e pode danificar os equipamentos, explica a diretora Cláudia Ferreira: “temos uma rede elétrica ligada irregular.
                                   
Até a iluminação à noite aqui na escola é muito precária”.

Segundo a direção, as obras estão paradas desde o inicio do ano. Enquanto isso, as aulas são improvisadas nas salas inacabadas.

O calor e a poeira têm prejudicado alunos e professores, segundo o professor Carlos Augusto Lopes, que leciona há 11 anos na escola. “É desumano o que acontece aqui na nossa escola”, diz.
                                       
Assaltos

O bairro Jaderlândia, onde fica a escola, é o mais populoso de Castanhal, com 40 mil habitantes. A professora Simone Rabelo diz que estudantes e professores já foram vítimas de assalto a mão armada dentro da sala de aula. “Colocaram a arma em mim e renderam eu e os meus alunos. A sala estava cheia de estudantes”, conta.

Para tentar impedir as invasões ao prédio, os próprios alunos juntaram dinheiro e mandaram instalar cerca nos muros da escola.

A Secretaria de Educação do Estado informa que, após a suspensão de dois contratos com construtoras que não cumpriram o cronograma de obra, uma nova licitação está sendo agendada para resolver definitivamente as pendências de reforma da escola.

Já sobre a questão do “gato”, a Seduc informou que a energia elétrica da escola está funcionando normalmente.

Já a Celpa esclarece que as instalações da escola estão ligadas à rede da distribuidora de forma irregular.
 Mas, para que a rede de distribuição de energia elétrica possa atender toda a necessidade de carga do imóvel, é necessário que seja solicitado formalmente, de acordo com as normas técnicas, o aumento de carga pelo órgão gestor da escola.

G1 Pará



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