Britânica morta no Amazonas postou vídeos de preparação e autodefesa em canal na internet

Vídeos foram publicados em março deste ano. Polícia prendeu nesta terça-feira (18) três suspeitos de participarem do crime.

Esportista britânica Emma Kelty tinha 43 anos (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)
Esportista britânica Emma Kelty tinha 43 anos (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

A esportista britânica Emma Kelty foi vítima de latrocínio enquanto fazia canoagem pelo Rio Solimões, no interior do Amazonas.

 A polícia confirmou sua morte na tarde dessa terça-feira (19). Meses antes, ela postou vídeos mostrando sua preparação para enfrentar a viagem pela Amazônia.

Os vídeos foram postados no canal da atleta no Youtube em março deste ano. Na primeira publicação, feita no dia 4, Emma treina alguns movimentos para defesa pessoal. Esse seria o primeiro vídeo de uma sequência que ela postaria no canal.

O segundo vídeo, publicado no dia 10 de março, tem o título "Momentos Instáveis", e mostra Emma se preparando para possíveis imprevisos durante a viagem pelo rio. O vídeo foi gravado em uma piscina que simula a água corrente.

O terceiro vídeo, postado nove dias depois, mostra a britânica treinando a virada do caiaque em um lago e, logo depois, em um rio de água corrente.

Nas filmagens, a atleta chama a expedição de ‘O Rio Amazonas, uma fonte para o mar’.
Durante a viagem, ela foi morta a tiros enquanto acampava na ilha do Boieiro, localizada em Coari, por volta de 20h. Ao todo, sete pessoas teriam participado do crime.

O delegado-adjunto da Polícia Civil, Ivo Martins, acredita que os envolvidos são pequenos traficantes e usuários de drogas, que cometeram um "crime de oportunidade".

"Eles se deslocaram em uma canoa para cometer furto ocasional, sem vítima pré-definida, quando passaram pela ilha do Boieiro e viram a barraca na praia, a barraca que ela costumava usar para descansar, conforme constatamos em postagens que ela fazia em redes sociais", disse Martins.
Prisões

De acordo com a Polícia Civil, há indícios de que a morte ocorreu em Coari, a 363 km de Manaus, no dia 13 deste mês. Quatro suspeitos de envolvimento no crime ainda são procurados.
Até esta terça-feira, um homem foi preso e dois adolescentes de 17 anos apreendidos suspeitos de participarem do latrocínio da britânica.

Entenda o caso

Na quarta-feira, dia 13, por volta das 22h, uma empresa ligou para o Comando do 9° Distrito Naval (Com9ºDN) informando que o localizador de emergência da britânica, que estaria realizando canoagem esportiva no Rio Solimões, havia sido acionado. 

Na manhã de quinta-feira, dia 14, a Marinha do Brasil iniciou as buscas. Já na tarde de sexta-feira, dia 15, alguns objetos que seriam da mulher, como roupas, sapatos e o caiaque foram encontrados na Comunidade Lauro Sodré.

No último domingo, dia 17, a Marinha do Brasil encaminhou os objetos ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi realizado o Auto de Exibição dos materiais. Na 78ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), que fica em Codajás, foi instaurado um Inquérito Policial (IP).

Buscas por corpo

O Corpo de Bombeiros informou que as buscas pelo corpo de Emma Kelty devem continuar, apesar das dificuldades. Segundo o tenente Janderson Lopes, a maior dificuldade é a visibilidade nula na área onde o corpo foi lançado no Rio Solimões.

De acordo com ele, buscas em profundidade devem ser realizadas em breve. "A possibilidade de encontrarmos o corpo boiando é muito remota. A gente imagina que, se for encontrado, vai ser por buscas de profundidade. Até agora realizamos buscas na superfície, acompanhando a região do rio, para tentar ver se o corpo foi arremessado para uma das margens", explicou Lopes.

Últimas postagens

"Uma mudança dramática em apenas um dia, mas o rio é assim mesmo. Cada quilômetro é diferente, e só porque uma área é ruim não significa que...".

Esta é a última postagem, no Twitter, da atleta britânica que desapareceu no rio Solimões, na madrugada de quarta-feira, 13 de setembro. A atleta usava a rede social para documentar a viagem pela região.

A britânica chegou a comentar sobre o perigo da área em um tuíte no último dia 10: "Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal".
Segundo escreveu em um blog, o plano era descer o rio "sem apoio ou assistência". 

A postagem foi feita em 9 de agosto, quando ela ainda estava em Iquitos, no Peru. No fim do texto, disse que estava ciente das dificuldades, mas que não tinha nenhum arrependimento.

Com informações de G1 Amazonas




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