Eleição suplementar em agosto define futuro político do Amazonas



















Mais de 2,3 milhões de pessoas estão aptas a votar, em agosto (Foto: Agência Brasil)
Manaus – Para analistas de política, a eleição suplementar de agosto, no Amazonas, pode definir o futuro político no Estado nas próximas décadas que o fato não está sendo levado em conta pelos eleitores.

Eleição objetiva atender estes 14 meses e criar uma plataforma que pode impulsionar ou credenciar o candidato para 2018, com influência para as eleições municipais em todo o Estado.De acordo com o coordenador do Núcleo de Cultura Política da Universidade Federal do Amazonas (NCPAM/Ufam), professor Ademir Ramos, a eleição deste ano criará uma plataforma que poderá influenciar os próximos pleitos. “É uma eleição suplementar, atípica que, na verdade, tem o objetivo de atender estes 14 meses e criar uma plataforma que pode impulsionar ou credenciar o candidato para 2018, então, ela é uma eleição mediadora entre este quadro que estamos vivendo agora e 2018, por isto ela ganha esta importância agora e esta grandeza toda em termos de política local”, afirmou.

Para Ramos, esta eleição definirá o futuro político do Estado. “Teremos uma eleição em 2018 e outra em 2022, são quatro ou oito anos pela frente”, frisou.

Segundo o antropólogo, a indiferença em relação a eleição deste ano, favorece o individualismo. “É claro que a população está descontente com a política, com desemprego, e esta situação de crise e miséria. É importante, além de pensar o processo eleitoral em si, é importante pensar também na capacidade dos candidatos como liderança política, alimentar esperança do povo. Não a esperança alienante, mas a esperança de mostrar o quanto o Amazonas é grande e quanto o Amazonas é forte e quanto podemos reverter este quadro. Aí cabe ao político fazer isto, que é o convencimento. Uma liderança que agrega, acumula e mobiliza, isto cabe ao político, cabe a uma liderança fazer isto”, disse.

Para o cientista político e presidente da comissão de relações internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Amazonas (OAB-AM), Helso Ribeiro, quem vencer a eleição deste ano será um forte nome para os próximos pleitos. “Eu não tenho a menor dúvida. Quem ganhar esta eleição é fortíssimo candidato a reeleição em outubro do próximo ano. A próxima eleição para prefeito será em 2020 e o governador eleito, principalmente se ele fizer um bom mandato, tem forte ascensão, não só com os prefeitos do interior quanto na capital. Outra coisa é que será, praticamente, uma eleição para seis anos porque terá direito a uma reeleição e possibilidade de ganhar é imensa porque, há uma estatística demonstrando que quem está no poder tem forte chance de ser reeleito”, afirmou.

Ribeiro afirmou temer um alto índice de abstenções na eleição de agosto. “Caso isto se confirme, será uma situação lastimável porque é através desta democracia representativa que nós temos a nossa voz posta em prática. Então, as pessoas, hoje, dizendo que não estão preocupadas com a eleição, mas a pessoa que será eleita, provavelmente em agosto, é quem veio governar o Estado, ele quem vai determinar as diretrizes do Estado, as escolhas governamentais. Se parte da população lavar as mãos, está virando as costas para esta realidade”, disse o cientista político.

Para o sociólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Luiz Antonio Nascimento, o eleitor deve votar pensando no conjunto da sociedade. “Se o eleitor pensar na eleição para governo do Estado pensando um projeto de bem comum, talvez ele ganhe, mas se ele votar pensando no próprio umbigo, ele vai continuar perdendo. Em todas as eleições, ele só pensa em que vai ganhar ou em que ele e os parentes vão ganhar e os resultados já sabemos. Talvez se ele pensar no resultado coletivo, ganhe alguma coisa. Claro que são escolhas que não são fáceis de serem feitos”, afirmou.

O coordenador do programa de pós-graduação de Sociologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcelo Seráfico, disse que o quadro político-partidário no Amazonas deve permanecer o mesmo. “É evidente que podemos ser surpreendido por alguma coisa que surja, algum movimento, algum conjunto de reivindicações talvez, porque a insatisfação da população e a situação de crise em que nós vivemos, o progressivo esfacelamento do Estado, tanto da nação quanto das unidades federativas, vai colocar problemas muito grave para todos que tiverem em exercício de funções executivas. Você vê no Amazonas que tudo aquilo que era bandeira dos eleitos, num momento é a educação com a Universidade do Estado do Amazonas, noutro momento é o tema da segurança com o Ronda nos Bairros, tudo isto está sendo desmontado com a crise econômica. A rigor, o grande desafio agora é ver que, seja lá quem for eleito, o uso que fará da máquina pública, porque é este uso que assegura em, boa medida, a reprodução dos grupos dentro do poder”, afirmou Seráfico.

Fonte D24am

















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