Contra tendência mundial, casos de aids aumentam no Brasil


Dados divulgados pela UNAids, órgão da ONU para lidar com a epidemia, apontam que o número de novas infecções aumentou em 3% entre 2010 e 2016 no País

 Contra tendência mundial, casos de aids aumentam no Brasil60% das pessoas com aids no Brasil contam com acesso ao tratamento Foto: REUTERS/Nacho Doce


 
GENEBRA - Aumentou o número absoluto de novos casos de aids no Brasil, em uma tendência contrária ao que se registra na média mundial.

 Dados divulgados nesta quinta-feira, 20, pela UNAids, órgão da ONU para lidar com a epidemia, apontam que o número de novas infecções a cada ano no Brasil aumentou em 3% entre 2010 e 2016. No mundo, essa taxa sofreu uma contração de 11%. 

A elevação no Brasil é considerada pequena, passando de 47 mil novos casos em 2010 para 48 mil em 2016. Mas mesmo considerando a margem de erro e o aumento da população, a realidade é que a estimativa não aponta para uma queda no número absoluto, como o que tem sido registrado em diversas outras partes do mundo e mesmo na região. 

De acordo com o novo levantamento, o total de adultos latino-americanos infectados pelo vírus se manteve estável desde 2010, com cerca de 96 mil em 2016. No início da década, o volume era de 94 mil. Foram registradas ainda 1,8 mil novas contaminações de crianças em 2016, principalmente na Venezuela e no Brasil. 

 No Uruguai, Nicarágua, El Salvador e Colômbia, a queda de novos casos foi de 20% entre 2010 e 2016. Hoje, 49% das novas infecções latino-americanas afetam brasileiros. O segundo lugar é do México, com apenas 13%. 

O número de mortes por aids no Brasil tampouco conseguiu ser reduzido e ficou estável em 14 mil vítimas por ano, entre 2010 e 2016. 

Procurada pela reportagem, a UNAids disse que não faria uma análise específica sobre a situação no Brasil e estava, neste momento, apenas apresentando os novos números.

Hoje, são 830 mil os brasileiros que vivem com o vírus, em um total de 1,8 milhão de latino-americanos. 

Os dados também apontam que 60% das pessoas com aids no Brasil contam com acesso ao tratamento. A média, nesse caso, é superior à taxa mundial.

 A UnAids estima que, em 2016, cerca de 53% das pessoas vivendo com aids no mundo - 19,5 milhões de pessoas - tinham acesso a terapias antirretrovirais. Em 2010, esse número era de apenas 7,7 milhões. 

Mundo.
 Se no Brasil a tendência é de alta, o órgão da ONU comemora os avanços na média mundial.
 No ano passado, foram 1,8 milhão de novos casos. Em 2010, o volume havia sido de 1,9 milhão, mesmo com uma população global menor. No que se refere às crianças, a taxa de novos afetados caiu 47%. 

O número de mortes também sofreu uma queda importante, passando de 1,5 milhão em 2010 para 1 milhão em 2016.
 Na América Latina, o número de pessoas que morreram pela aids também caiu. Mas em uma taxa menor: foram 36 mil mortes em 2016, 12% abaixo de 2010. 

No mundo, a combinação de novos tratamentos, maior acesso e a falta de uma vacina levou o número total de pessoas vivendo com a aids a chegar a 36,7 milhões ao final do ano passado. Em 2000, esse total era de 27,7 milhões.

Para a entidade, os avanços apenas foram possíveis graças a um aumento inédito dos recursos para a doença. Em 2000, gastou-se cerca de US$ 5 bilhões coma aids.

Hoje, esse investimento chega a US$ 20 bilhões. 
Na América Latina, o investimento passou de US$ 1 bilhão em 2006 para US$ 2,6 bilhões dez anos depois. Mas um aumento de 22% ainda será necessário para atender às demandas da região até 2020.


Fonte O Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Com exaltação do imaginário caboclo, Caprichoso vence 52º Festival Folclórico de Parintins, no AM

Postos anunciarão preço de combustível válido antes da redução do ICMS

MEC recolhe livro didático com conto que aborda incesto, tortura e morte