Dois são mortos e sete baleados em tiroteio na Zona Leste de Manaus


Uma das vítimas estava com o filho de três anos no colo e a criança também foi ferida por tiro de raspão.



Rua onde ocorreu o crime, em Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Rua onde ocorreu o crime, em Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM) 

 Um adolescente, de 16 anos, e um pintor, de 25, morreram vítimas de bala perdida durante tiroteio entre grupos armados, na noite de domingo (16), na comunidade Amazonino Mendes, bairro Novo Aleixo, na Zona Leste de Manaus.

Uma das vítimas estava com o filho de três anos no colo e a criança também foi ferida por tiro de raspão. Sete pessoas foram baleadas e levadas para hospital. Moradores relatam momentos de terror com violência na comunidade.
 A Polícia Militar acredita que o tiroteio foi entre grupos de traficantes de drogas rivais.

O tiroteio na área popularmente conhecida como Mutirão iniciou, por volta das 18h. Há relatos que os criminosos efetuaram disparos em vários pontos da comunidade.
 Um dos locais foi a rua 1, onde três irmãos foram surpreendidos por homens armados nas proximidades de uma ponte.

Uma das vítimas foi o estudante Vitor Lucas Barbosa da Silva, 16 anos. 
 De acordo com a família do adolescente, Vitor foi atingido por dois tiros na perna e cabeça quando levava o irmão de 5 anos para cortar o cabelo. 
O jovem também estava acompanhado ainda de outro irmão de 13 anos, que foi baleado com um tiro nas costas.

"O Vitor foi levar o irmão mais novo para cortar o cabelo quando viu uns homens armados e assustou. Eles correram com medo e começaram a atirar", relatou o tio das vítimas, o vendedor Raimundo Barbosa, de 59 anos.

O estudante morreu no local com tiro na cabeça. 
O irmão adolescente de Vitor foi socorrido baleado e levado para o Hospital Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo. 

O garoto pode perder um rim e teve o pulmão perfurado. Ele foi submetido a uma cirurgia.

"Eu estava dormindo e acordei com o barulho de tiros. Fiquei com medo atrás da geladeira e aguardei os tiros pararem. Foram muito tiros e mais de 30 minutos.
 A situação aqui é difícil", relatou o vendedor.

A poucos metros de distância local do tiroteio, na rua Penetração, outra vítima morreu.
 O pintor Janderson Silveira Protasio, de 25 anos, passava com filho de 3 anos nos braços quando foi atingido por mais de dez tiros de arma de fogo. 
Janderson não residia na comunidade e caminhava pela rua para ir deixar o filho na casa da avó.

"Meu filho estava no lugar errado e na hora errada. O Janderson tinha ido deixar meu neto na casa da avó quando houve esse tiroteio.
 O menino estava no colo e uma bala de raspão queimou o braço dele", relatou o pai, um pintor de 46 anos, que prefere não ser identificado.

O pai da vítima afirmou que o filho não tem envolvimento com tráfico de drogas.

O jovem tinha dois filhos e estava prestes a ser pai novamente. 
 O pintor trabalhava há cinco anos na empresa com o pai em serviço de pintura na construção civil.
"Meu filho era um trabalhador. 

Nunca foi preso, não tinha arma e não usava drogas. Eu sei como eu criei meu filho. Meu filho está com a mulher grávida de nove meses sentido contrações e deixou uma menina de 4 anos também. Meu filho não era bandido", afirmou o pai.

Durante o tiroteio outras pessoas foram feridas. Uma mulher de 36 anos foi baleada com tiros no rosto e pescoço. 
Um homem de 32 anos também foi atingido com tiros no abdômen e braço direito. Tiros atingiram uma mulher de 27 anos no rosto, pescoço e braço.
 Um adolescente de 16 anos foi baleado ainda no local. Um idoso de 71 anos ficou ferido a tiros no braço esquerdo e tiro de raspão no lado esquerdo. Uma mulher de 50 anos foi atingida no peito e barriga por tiros. 
Os feridos foram levados para HPS Platão Araújo.

Quando as equipes da 27 Companhia Interativa Comunitária (Cicom) chegaram aos locais os criminosos tinham fugido. Nenhum suspeito foi preso.

A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) investigará os crimes. 

 Por Adneison Severiano, G1 AM

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Com exaltação do imaginário caboclo, Caprichoso vence 52º Festival Folclórico de Parintins, no AM

MEC recolhe livro didático com conto que aborda incesto, tortura e morte

'A perseguição nunca acabou', diz autor de livro sobre caçada nazista a gays