Bolsonaro é o preferido dos partidos que ainda não existem

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), potencial candidato à Presidência da República em 2018, já conta com o apoio declarado de uma coligação de partidos que... não existem. O político, que apareceu bem colocado em pesquisas de opinião divulgadas recentemente pelo Datafolha (16%) e Poder 360 (21%), é cortejado por siglas que ainda buscam conquistar o registro do Tribunal Superior Eleitoral.

Entre os “candidatos a partidos” que declararam simpatia ou disseram estar de portas abertas ao parlamentar estão Muda Brasil, Partido Militar Brasileiro, Patriotas, Força Brasil, Partido Popular Cristão (PPC), Partido Conservador (Paco) e as novas versões de Prona, UDN e Arena. O aceno das potenciais siglas vai ao encontro do desejo do próprio Bolsonaro – que já declarou que está de saída do PSC e procura uma legenda média ou pequena para se filiar.

“Já conversei com alguns pequenos, como é o caso do Muda Brasil, mas nada garante que o TSE vai confirmar o registro desse e de outros partidos”, fala Bolsonaro. “Mas vejo com bons olhos o apoio dessas siglas”, afirmou.

Bolsonaro calcula que não precisa de um partido grande para ser um nome viável em 2018. Ele acredita que, com um pouco mais de 20% das intenções de votos, sua passagem para o segundo turno estaria garantida. O deputado confia na força de sua figura pública e no “barulho das redes sociais” – e não considera tempo de TV fundamental no primeiro turno.

Partido Militar
© Reprodução / Página do partido militar brasileiro Partido Militar


Prona
© Reprodução Prona

Entre os partidos que sonham com Bolsonaro, o mais ostensivo é o Partido Militar Brasileiro. O apoio da sigla é explícito – e o deputado já está na foto de capa do site e do Facebook da sigla. “Vamos trabalhar para a candidatura dele e, quem sabe, ter o próprio deputado em nossos quadros”, disse o secretário-geral do partido, Arnold Filho. O Muda Brasil, que já conversou com Bolsonaro, diz que o deputado é “um nome” para o partido. “Ele tem um jeito de ser autêntico, um perfil nacionalista e família”, afirmou o presidente da legenda, José Renato da Silva.

Entre os partidos que pretendem ressuscitar nas próximas eleições, Bolsonaro também parece uma unanimidade. A UDN, a Arena e até o Prona falam em “patriotismo”, “conservadorismo” e “autenticidade” para demonstrar simpatia à figura.

Registros. O TSE informa que apenas dois requerimentos de registro de novas legendas estão em tramitação: o do Muda Brasil (MB) e do Igualdade (IDE). O primeiro já declarou apoio ao Bolsonaro; o segundo tem boas relações com a Rede. Ou seja, dos 61 partidos em formação apenas dois têm chances reais de disputar em 2018.

Para o cientista político Marco Antônio Teixeira (FGV), a atração entre os partidos pequenos (ou que ainda não existem) e Bolsonaro é natural. “Bolsonaro procura um partido que seja apenas ele mesmo. Não quer um partido com caciques e outras lideranças, não quer dividir poder ou discurso”, disse.

Fonte Estadão

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