Dez acusados de chacina em Manaus vão a júri popular, diz Justiça
Mais de 30 pessoas foram mortas em julho de 2015 na capital.
No processo nº 0500040-75.2016.8.04.0001, foram pronunciados Dorval Junio Carneiro de Mattos, Bruno Cezanne Pereira, Silvio José Silva de Oliveira e Adson Souza de Oliveira pela tentativa de homicídio contra Valberson de Jesus Ferreira, Valdson de Jesus Ferreira e Edney de Freitas Avinte.
No processo nº 0500044-15.2016.8.04.0001 foram pronunciados os acusados Italo Gutemberg Macedo Ferreira, Janilson Monteiro da Frota, Rogério Pinheiro de Freitas e Bruno Cezanne Pereira. Neste processo eles são acusados de homicídio qualificado contra Roberto César Amaral dos Santos, Émerson Lopes de Jesus e Paulo de Almeida Ramos. Nesse processo, Rosemberg Martins Bezerra foi impronunciado “face a ausência de provas que me levem a presença dos indícios de autoria ou participação do mesmo nos eventos apurados nestes autos”, conforme sentença do Juízo da 3ª Vara do Tribunal do Júri.
Tribunal de Justiça em Manaus (Foto: Igor Braga | TJAM)
O Juízo da 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus julgou procedente o pedido do Ministério Público Estadual (MPE-AM) e proferiu sentença de pronúncia contra dez réus acusados de participação em uma série de assassinatos registrados em julho de 2015, em Manaus.
Com a pronúncia, divulgada na terça-feira (20), eles serão julgados pelo Tribunal do Júri. Por enquanto, ainda não há data para a realização do julgamento
.De acordo com a denúncia do MP, os réus são acusados de crimes de homícidio (tentados e consumados), prática de grupo de extermínio, dentre outros. Na sentença de pronúncia, o Juízo verificou que há indícios suficientes de autoria e participação, extraídos do conjunto de provas, das audiências e demais elementos que constam nos autos, por isso os réus serão julgados por júri popular.
Os acusados são Dorval Junio Carneiro de Mattos, Bruno Cezanne Pereira, Klebert Cruz de Oliveira, Silvio José Silva de Oliveira, Adson Souza de Oliveira, Italo Gutemberg Macedo Ferreira, Janilson Monteiro da Frota, Rogério Pinheiro de Freitas, Germano da Luz Júnior, Rosemberg Martins Bezerra.
O caso é uma dos mais complexos que já passou pelo Juízo da 3ª Vara do Tribunal do Júri e, devido ao grande número de réus – eram 21 acusados, porém, dez foram pronunciados inicialmente -, houve o desmembramento do processo principal para facilitar a realização das audiências e a conclusão dos procedimentos judiciais. Esses dez foram pronunciados em cinco processos, com 13 vítimas, originados após a deflagração da Operação Alcateia, realizada no ano passado, para investigar várias mortes ocorridas nos dias 17, 18 e 19 de julho de 2015, em Manaus
.Nesses três dias, vários assassinatos e tentativas de homicídios foram registrados na capital e geraram pavor na população, conforme a denúncia do Ministério Público.
Houve a deflagração de medidas com o objetivo de investigar a possível existência de um grupo criminoso voltado para a prática de extermínio, dentre outros crimes, e que seria composto por policiais militares,” com participação de outros indivíduos cooptados para auxiliar nas ações”.
A 89ª Promotoria de Justiça, na denúncia, informou que nos três dias de julho foram registrados 34 homicídios, “índices completamente fora dos padrões médios observados e aferidos nas estatísticas da Secretaria de Estado de Segurança Pública”
.As ocorrências foram observadas horas após o crime de latrocínio do sargento da Polícia Militar do Amazonas, Afonso Camacho Dias, executado por volta das 15h do dia 17/07/15, após reagir a um assalto no estacionamento de uma agência bancária, situada na zona Sul de Manaus.
No processo nº 0500042-45.2016.8.04.0001, Dorval Júnior Carneiro Mattos, Bruno Cezzane Pereira e Klebert Cruz de Oliveira, acusados da morte de Fabrício de Oliveira Cavalcante e Anderson Sales Soares, além da tentativa de homicídio contra Carla Didia de Sousa Santos, vão responder pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio qualificado; e de integrar grupo de extermínio. Em alguns casos, eles são acusados de adulterar a identificação de veículos automotores. No mesmo processo foram impronunciados os acusados Sílvio José Silva de Oliveira e George Mcdonald Rodrigues de Oliveira, “por não trazer os autos indícios suficientes de autoria ou participação nos eventos relacionados às vítimas Anderson Soares e Fabrício Cavalcante, bem como quanto aos crimes do art. 288-A (integrar grupo de extermínio) e art. 311 (adulteração de sinal identificador de veículo automotor)”.
Processos
No processo nº 0500040-75.2016.8.04.0001, foram pronunciados Dorval Junio Carneiro de Mattos, Bruno Cezanne Pereira, Silvio José Silva de Oliveira e Adson Souza de Oliveira pela tentativa de homicídio contra Valberson de Jesus Ferreira, Valdson de Jesus Ferreira e Edney de Freitas Avinte.
FONTE G1 Amazonas
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