Temer discutiu sucessão da PGR em jantar com Gilmar Mendes

Assunto consumiu uma pequena parte da conversa, que tratou ainda de reforma política



O ministro Gilmar Mendes é empossado com presidente do TSE, com a presença do presidente interino, Michel Temer - Jorge William / O Globo

BRASÍLIA - O jantar na residência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, com a presença do presidente Michel Temer teve como cardápio a lista tríplice de nomes para substituir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na conversa, segundo participantes, houve o consenso de que Temer deveria escolher um nome da lista, para não desrespeitar o Ministério Público (MP), e que Raquel Dodge era um excelente nome.

O encontro não está registrado na agenda de Temer. Ele e Gilmar são amigos de longa data e não foi a primeira vez que ambos participam de jantar. O presidente da República já foi em outros encontros na residência de Gilmar. A sucessão de Jantot tomou "apenas parte da conversa", segundo um dos participantes.

O ministro Gilmar Mendes, nos bastidores, nunca escondeu elogios a Raquel Dodge e, confirmada a indicação, disse a interlocutores que ela é "uma boa escolha". Na conversa, o presidente comentara apenas que gostaria de antecipar a indicação _ o que fez no dia seguinte. A ideia é apressar a sabatina de Raquel Dodge, como o site de O GLOBO antecipou nesta quinta-feira, para já passar a ideia de que Janot está em final de mandato e não teria mais tanta força. Janot deixa o cargo em setembro.

Crítico aberto ao atual momento do Ministério Público, Gilmar é contra a existência de lista tríplice. Mas, neste caso, o Planalto seguiu a lista, embora não tenha cumprido a tradição dos governos petistas de escolher o mais votado. A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), que tem entre dirigentes pessoas mais próximas à Raquel Dodge, declara que o nome deve ser um dos três. Mas não passou despercebido o fato de que Temer escolheu o segundo nome da lista, assim como o governador do Maranhão, Flávio Dino, o fez em 2016, quando escolheu o segundo para chefiar o Ministério Público estadual. Ele é irmão de Nicolau Dino, que travou bate-boca com Gilmar no julgamento da chapa Dilma-Temer pelo TSE.

Além da sucessão na PGR, também a reforma política também foi tema durante o jantar. Estavam presentes Temer, os ministros Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

Gilmar tem se reunido com parlamentares e com os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir o assunto. Os parlamentares irão aprovar um arremedo de reforma política até setembro, um ano antes da eleição de 2018.

Por meio da assessoria, o ministro Gilmar admitiu apenas que o encontro foi chamado para tratar da reforma política.
Diante das críticas de que jantou com Temer na noite anterior à sessão do STF, Gilmar comentou com interlocutores que sua meta é a reforma política e que tem se reunido com todos os presidentes de partido, além dos presidentes da Câmara e do Senado.

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