Suspeito de ordenar execução de sargento no AM confessa crime: 'Arrependido', diz

Gerente do tráfico' teria recebido ameaças e tentado mudar de facção após assassinato do policial ocorrido em uma invasão de Manaus.


Bruno Medeiros teria ordenado e particiapdo de execução de PM, diz polícia (Foto: Ive Rylo/G1 AM)
     Bruno Medeiros teria ordenado e particiapdo de execução de PM, diz polícia (Foto: Ive Rylo/G1 AM)

Bruno Medeiros Mota, de 24 anos, é suspeito de comandar a execução do sargento da Polícia Militar Paulo Sérgio Portilho que ocorreu dentro de uma área de invasão em Manaus. Ele foi preso no sábado (24) na cidade de Caracaraí no Estado de Roraima. Para a polícia, o suspeito – também conhecido como "Filé" – confessou o crime, mas informou que não sabia que se tratava de um PM. “Senti que minha vida tinha acabado na hora", disse Bruno.

A investigação da Polícia Civil aponta que o suspeito teria recebido ameaças e tentado mudar de facção criminosa após assassinato do policial.
Durante coletiva nesta terça-feira (27), o suspeito confessou o crime e pediu perdão para a família do policial. “Tô muito arrependido, entreguei minha vida ao senhor quando fui para Caracaraí. Eu saí, não tô mais nessa vida, depois dessa barbaridade, nunca mais”, disse à imprensa.
Bruno afirmou ainda que sua participação se resumiu “somente” a esfaquear o policial.
“Só dei duas facadas nele, nada mais. Ele disse que foi comprar terreno [na invasão onde ocorreu o crime]. Foi depois que identificamos que ele era polícia, depois de matar. Ele foi armado no local, às 22h, então tentamos nos proteger. Pensava que ele ia fazer alguma com nós (sic). Ele subiu lá na boca, na favela", disse o preso.

Ordem para matar

Segundo investigação da Polícia Civil, "Filé" comandou a execução do sargento, após aval de seu superior, um homem conhecido como “Gigante”. “Ele [Bruno] tinha o domínio total dos fatos, foi a pessoa que ordenou a detenção do soldado naquele momento quando ele chegou de moto. Ele ligou para o ‘Gigante’ pedindo autorização, dividiu as tarefas na execução”, disse o delegado da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Juan Valério.
Em depoimento, “Filé” deu detalhes de como ocorreu o assassinato do policial. “Ele participou ativamente do crime. Amarrou com fio e saiu arrastando pela invasão. Depois o policial foi esfaqueado e enterrado. Filé também ameaçou quem lá estava”, disse o delegado.

Bruno Medeiros é apontado pela polícia como um dos gerentes do tráfico, uma pessoa que exercia grande influência na facção criminosa que atuava. "Ele era um gerente do tráfico, que representava o Gigante, e acima do Gigante teria somente o chefe da facção criminosa o João Branco, preso em presídio Federal”, afirma Juan Valério.

Foragidos

Dos 15 suspeitos de participar da morte continuam foragidos, Fabio Barbosa de Souza, conhecido como “Índio”; William Paiva, chamado de “Sorriso”, e Rodolfo Barroso Martins, o “Gigante”.
Bruno foi indiciado por homicídio qualificado. Ao término dos procedimentos cabíveis, ele será levado para o Centro de Detenção Provisória Masculina (CDPM), onde irá permanecer à disposição da Justiça

Procura por vaga em facção

Segundo a polícia, após ter participado da morte do sargento portilho, “Filé” passou a ser ameaçado de morte pelos próprios companheiros de facção. Por isso, ele resolveu tentar se filiar em uma facção rival.
“Como ele ficou sem apoio financeiro, mas tem esse conhecimento de como traficar, foi procurar se filiar a outra facção criminosa”, disse o delegado.
Investigações apontam ainda que todos os envolvidos no crime foram jurados de morte. “Ele causou enorme prejuízo com isso, porque as pessoas que atuavam na invasão tiveram que sair, o tráfico diminuiu bastante”, disse Juan Valério.

Prisão

A prisão do suspeito ocorreu no sábado (24), em Caracaraí no Estado de Roraima, cumprindo mandado de prisão preventiva expedida pelo juiz Julião Lemos Sobral. A ação ocorreu em parceria com a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) do estado de Roraima e a DEHS do Amazonas. O suspeito estava escondido na casa de um tio. Ele foi surpreendido por policiais de Roraima no momento em que concertava uma embarcação, com familiares.

Por Ive Rylo, G1 AM



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