Mais de 3 mil empresas fecham as portas nos primeiros cinco meses de 2017, no AM

Fechamento de empresas supera quantidade do ano passado; economista aposta em crescimento a médio e longo prazo.

Levantamento foi divulgado pela Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea), em Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)
Levantamento foi divulgado pela Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea), em Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)


O mês de maio foi marcado pelo aumento de empresários que fecharam as portas no Amazonas. Foram 618 empresas extintas de acordo com levantamento feito pela Junta Comercial do Estado (Jucea). A quantidade supera o número de maio de 2016, quando houve 467 empresas constituídas em todo o estado.
Nos primeiros cinco meses de 2017, foram 3.052 empresas fechadas. No mesmo período do ano passado, foram 2.497 empresas fechadas.

Conforme dados da Jucea, foram 613 empresas fechadas em janeiro, 539 em fevereiro, 705 em março, 577 em abril e 618 em maio deste ano. Já em janeiro de 2016 foram 476 empresas extintas; em fevereiro foram 450; em março saltou para 517; em abril houve baixa para 486; e, em maio, 568 empresas fecharam as portas.
Para o coach e economista Erivaldo Lopes, o fechamento das empresas é reflexo da crise e do aumento das taxas tributárias que favorecem a insegurança para novos investimentos.
“Acredito que esse aumento de empresas fechando as portas e atividades é em função com certeza da crise e das outras dificuldades que as empresas têm. As empresas já reclamam há muito tempo de se manterem em função da alta carga tributária que temos hoje, quase em torno de 40% em relação ao PIB. Já tinha isso como entrave, ai veio a crise e aumentou mais a dificuldade”, disse o economista.
Para ele, o aumento dos encargos trabalhistas tem se comportado como o verdadeiro algoz de quem deseja investir.
“O Brasil precisa e depende do micro e médio empresário. O Brasil precisa repensar em uma reforma trabalhista, dos seus encargos trabalhistas, para facilitar ou diminuir a dificuldade das empresas para você pensar em um crescimento de médio e longo prazo constante”, apostou.
O economista aposta em uma recuperação lenta ao cenário econômico brasileiro, baseado na atual perda de postos de trabalho e redução do poder aquisitivo da população. Isso reflete na falta de otimismo de quem pretende investir.

Se o empresário tem o pessimismo de investir, então não terá muitas empresas abrindo. Acho que não vamos crescer de uma hora para outra, você pode diminuir taxa de falência, mas não vai ter virada de mesa. Entendo que dentro de 2 anos isso não vai acontecer, o buraco que a crise deixou no Brasil é muito profundo”, analisou Lopes.
Segmento promissor
Se as expectativas para o crescimento da indústria e do comércio não são as melhores, há quem aposte na reviravolta do setor de serviços.
Para o economista, o segmento deve apontar alternativas para geração de renda nos próximos anos. E tudo isso será possível após uma renovação de mãos dadas com a tecnologia.
“Entendemos que o setor de serviço vai continuar oferecendo alternativas que possa mudar o comportamento do consumidor. Acredito que o setor de serviços vai continuar pensando e inovando. A tecnologia vai favorecer isso, ele vai oferecer serviços cada vez mais diversificados nas áreas de inteligencia e segurança. ”, analisou.

Dados
De acordo com o registro da Jucea, empresas com um único dono foram as que mais pediram extinção de registro neste ano, totalizando 552 em janeiro, 495 em fevereiro, 651 no mês de março, 522 em abril e 577 em maio.
 Em seguida, estão as de sociedade limitada, sendo 52 no mês de janeiro, 42 em fevereiro, 48 em março, 45 em abril e 36 em maio.
No ano passado, a quantidade de empresas com um único dono também registraram maior número de empresas extintas, sendo 425 em janeiro, 406 em fevereiro, 475 em março, 39 em abril e 510 maio.
Durante os 12 meses de 2016, o saldo de empresas extintas somou 5.900 unidades

G1 Amazonas





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