Construção Civil demite 366 mil trabalhadores em um ano, diz FGV,


O emprego na construção brasileira registrou queda de 1,14% em maio, na comparação com abril, segundo pesquisa do SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi a oitava retração mensal consecutiva. O saldo entre demissões e contratações ficou negativo em 36,7 mil trabalhadores com carteira assinada em maio, enquanto nos primeiros cinco meses do ano, o saldo negativo chega a 126,9 mil vagas, uma baixa de 3,83% em relação a dezembro.
Frente a maio de 2014, foram fechadas 366 mil vagas, o que corresponde a um recuo de 10,29%. Na comparação do acumulado de 2015 contra o mesmo período do ano passado, a queda foi de 8,37%, com o corte de 297 mil empregos.
Diante do cenário de contínua queda no nível de emprego, o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, alerta para novos fatores negativos, como a redução da desoneração da folha de pagamento no setor. "Onerar a indústria da construção com aumento de 125% da Contribuição Previdenciária sobre a Renda Bruta é um contrassenso total. Necessitamos ainda que o governo coloque em dia os atrasos de pagamento do PAC e do Minha Casa, Minha Vida, que também estão contribuindo para suspensões de obras e demissões", afirma.
De acordo com uma das principais propostas em debate no Congresso, a revisão na política de desoneração da folha de pagamento seria acompanhada de uma elevação de 2% para 4,5% no tributo cobrado sobre o faturamento.
Segundo o executivo, o ritmo de demissões deixa o setor cada vez mais próximo da projeção de que serão perdidos 750 mil empregos entre 2014 e 2015. "A indústria da construção necessita urgentemente de estímulos para reverter esse cenário. Por isso, neste momento o pior que pode acontecer é a redução da desoneração da folha de pagamentos do setor", reforça o presidente do Sinduscon-SP.
Segmentos
Na análise por segmento, a retração em Infraestrutura foi de 15,31% em 12 meses, o que reflete um conjunto de fatores, como a redução de investimentos da Petrobras, a conclusão de grandes obras de infraestrutura na área de energia e o contingenciamento no orçamento da União, Estados e municípios, anunciado pelo governo federal no mês passado, de acordo com o Sinduscon.
Em preparação de terrenos foi registrada uma baixa de 9,01% em 12 meses, enquanto a queda foi mais acentuada em engenharia e arquitetura, com perda de 10,48% na mesma base de comparação.
Considerando apenas o Estado de São Paulo, o nível de emprego em maio registrou queda de 1,23% em relação a abril, com o saldo entre contratações e demissões negativo em 10.284 trabalhadores. Nos primeiros cinco meses do ano, o indicador apresentou saldo negativo de 12.024 vagas, com retração de 1,43% em relação a dezembro. Com isso, ao final de maio, o número de trabalhadores do setor empregados no Estado totalizava 826,8 milhões.
No acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, houve retração de 6,27%, com o fechamento de 55.965 vagas. Em relação a maio de 2014, a queda foi de 7,27%, uma perda de 64.828 vagas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Com exaltação do imaginário caboclo, Caprichoso vence 52º Festival Folclórico de Parintins, no AM

MEC recolhe livro didático com conto que aborda incesto, tortura e morte

'A perseguição nunca acabou', diz autor de livro sobre caçada nazista a gays