Rede minimiza saída de integrantes e quer 18 deputados em 2019

 Marina Silva vota nas eleições de 2014, em que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Planalto.Marina Silva vota nas eleições de 2014, em que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Planalto.

Após perder 2 deputados federais, a Rede minimiza a situação e foca em superar a cláusula de barreira. De acordo com Zé Gustavo, porta-voz da legenda, a meta é eleger 18 deputados em 2018. Para o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), o mínimo é chegar a 9. "É o número para o partido continuar a existir", afirmou ao HuffPost Brasil.

Para ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e televisão a partir do próximo ano, legendas terão de eleger pelo menos 9 deputados em 9 unidades da Federação. A outra opção é ter 1,5% dos votos válidos nas eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 9 estados, com pelo menos 1% dos votos válidos em cada um.

A sigla aposta em candidaturas vindas de movimentos que pregam a renovação política para chegar lá. Do Agora! devem vir pelo menos 5. A parceria foi firmada em uma carta de compromisso assinada nesta terça-feira (27) entre Leandor Machado, um dos cofundadores do Agora!, Marina Silva e Zé Gustavo, ambos porta-vozes da Rede.

O documento prevê autonomia e estabelece um limite para candidaturas proporcionais. Os integrantes do Agora! poderão escolher entre 30% só para quem está nessa situação (chamadas "candidaturas cidadãs") ou uma candidatura orgânica em igualdade com os demais filiados.
Marina lembrou que ao elaborar o estatuto da Rede em 2013, a sigla já previu o espaço para os movimentos e as candidaturas avulsas. "Somos um partido movimento", afirmou na cerimônia que selou a parceria.
A política não é uma repetição. Deve ser entendida como um processo vivo. Como um processo dinâmico, ela tem que ter visão antecipatória. Se não for capaz disso, não conseguirá fazer transformações.
A pré-candidata ao Planalto afirmou que o que for bom na política deve ser mantido. "O novo se cria em cima daquilo que existe", disse. Marina criticou tanto o governo de Michel Temer quanto o de Dilma Rousseff. "Este País precisa sepultar o presidencialismo de coalizão", afirmou.

De acordo com Zé Gustavo, desde o ano passado, a Rede tem conversado com Bancada Ativista, Brasil 21, Acredito, Cidadão Comum e Frente Favela Brasil. A legenda, contudo, não deixou de lado a busca de lideranças dentro do Congresso para aumentar a bancada, de olho janela partidária, de 7 de março a 7 de abril.

 "O Congresso Nacional criou a virada do ano político, no 7 de abril. Até lá estamos trabalhando para trazer outros parlamentares", afirmou o porta-voz da sigla ao HuffPost Brasil.

Entre os candidatos do Agora! na Rede está Márlon Reis, pré-candidato ao governo do Tocantins e idealizador da Lei da Ficha Limpa. Já para o Legislativo, irão concorrer João Francisco Maria e Leandro Grass. A Rede também tem conversado com outras iniciativas. Grass rebateu críticas sobre a suposta falta de posicionamento do partido e do movimento. "As pessoas querem que a gente se coloque na polarização", afirmou.

Movimentos como Agora!, Acredito, Renova, Raps e Livres têm buscado legendas para abrigar suas candidaturas, já que não têm estrutura partidária. Além da Rede, siglas como PPS, Podemos, Psol e PCdoB têm sido procuradas. Os movimentos buscam manter a autonomia mesmo dentro dos partidos.

 Alessandro Molon e Aliel Machado saem da Rede

Nesta segunda-feira (26), os deputados Alessandro Molon, do Rio de Janeiro, e Aliel Machado, do Paraná, anunciaram a desfiliação do partido. Eles vão migrar para o PSB.

Na carta em que comunicou a mudança, Molon afirma que muda de partido para "permanecer fiel às bandeiras" que defende. Ele citou a redução da desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a polícia limpa

 Aliel, por sua vez, citou uma frase de Miguel Arraes para justificar a mudança para o PSB. "O que importa é a prática política: o que importa são os posicionamentos que se tomam ao lado de determinadas camadas sociais em defesa de teses que interessam à nação como um todo."

Marina pode ficar fora do debate eleitoral

Com a saída de Molon e Aliel, a Rede fica com apenas 2 deputados e 1 senador, abaixo do número que garante a participação de debates televisivos nas eleições, o que pode prejudicar a candidatura de Marina Silva.

Tanto a Lei das Eleições quanto uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) asseguram a "participação de candidatos dos partidos políticos que possuam, no mínimo, 5 parlamentares no Congresso Nacional" nos debates transmitidos por emissora de rádio ou de televisão.

Esse número tem de ser atingido no momento do registro da candidatura, cujo prazo vai de junho a agosto. No próximo mês se inicia a janela partidária, que permite aos parlamentares mudarem de legenda sem risco de perder o mandato.

Em seu 11º mandato, Miro Teixeira afirma que se a preocupação da Rede fosse aumentar a bancada agora, já teriam começado a articulação. "O trabalho é em direção a 2019", afirmou. "É a primeira eleição da Rede (para o Congresso).

" O partido teve o registro concedido pelo TSE em 2015.
Além da janela partidária, a Rede aposta na representatividade de Marina Silva, pré-candidata ao Palácio do Planalto, para garantir a presença nos debates. Miro Teixeira lembra que o objetivo da legislação é incluir e não excluir.
Deixar a Marina fora é transformar a programação em fraude.Miro Teixeira
Marina tem 7% das intenções de voto no cenário mais completo, de acordo com pesquisa Datafolha publicada em 31 de janeiro. A ex-senadora fica atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Com o petista fora da disputa, Marina herdaria 15% dos votos, segundo a sondagem.

Em 2014, após substituir Eduardo Campos (PSB), a ex-senadora teve 19,6 milhões e ficou em terceiro lugar na disputa pelo Planalto. Em 2010, ao concorrer pelo PV, conquistou resultado semelhante.

 



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