Ministério Público denuncia desembargador no AM por estupro de neta


Rafael Romano é suspeito de cometer crime desde que a neta tinha 7 anos de idade.
 Rafael Romano é desembargador aposentado da Justiça do Amazonas (Foto: Divulgação/TJAM)Rafael Romano é desembargador aposentado da Justiça do Amazonas (Foto: Divulgação/TJAM) 

 O Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) ofereceu denúncia contra o desembargador aposentado Rafael Romano, de 72 anos, por estupro de vulnerável. O magistrado é suspeito de abusar sexualmente da neta, atualmente com 15 anos.

O G1 tentou contato com a defesa de Romano por telefone, mas as chamadas não foram atendidas. Na última vez que se pronunciou, o advogado informou que o desembargador "nega com veemência as acusações".

A denúncia foi encaminhada, na terça-feira (24), à Vara Especializada em Crimes contra Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes. O documento foi assinado pelo promotor de Justiça Rodrigo Miranda Leão de Araújo.

Além da citação de Romano para responder à acusação, o MPE-AM requereu que as vítimas e testemunhas sejam intimadas para prestar depoimento em audiência de instrução.

O documento inclui ainda um pedido para que Rafael Romano, ao fim do processo, pague R$ 150 mil à vítima, para reparar quaisquer danos causados por conta do crime. O valor deve incidir juros, desde a data em que o caso ocorreu.

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) informou que analisa a denúncia feita pelo Ministério Público. 


Entenda o caso

Rafael Romano é avô paterno da vítima, que tinha 7 anos quando os abusos começaram, em 2009. As situações foram relatadas pela jovem em depoimento à Delegacia Especializada em Proteção de Crianças e Adolescentes (Depca). Os relatos foram incluídos na denúncia do MPE.

Segundo a vítima, o último caso ocorreu quando a menina já estava com 14 anos, em 2016. Na ocasião, ela disse que uma tia chegou a ver a situação, mas negou quando foi questionada sobre os abusos por "sentir vergonha".

O caso veio à tona depois que a mãe denunciou o caso ao Ministério Público. Ela relatou à Rede Amazônica que soube da situação pela própria filha no dia 8 de fevereiro. Ela disse que visitava uma amiga em um hospital quando a filha decidiu revelar a situação.

"Ela disse que tinha uma notícia muito grave para me contar. Ela disse 'meu avô está me molestando desde que eu era pequena'. Tomei um susto, precisei respirar, fiquei completamente sem chão", disse a mãe.

Na época, a advogada publicou um texto nas redes sociais onde expõe a denúncia e chama o ex-sogro de "monstro horroroso" e "pedófilo".

"Não tem coisa pior que um pedófilo abusando da sua filha. E pior que isso, um pedófilo que é avô dela, que vivia na minha casa, eu cozinhava pra ele, eu deixava o meu quarto pra ele dormir na minha casa, enquanto eu tava preparando o almoço ele abusava da minha filha no quarto", relatou.

Rafael Romano atuou no Juizado da Infância e da Juventude no Amazonas e foi relator da operação Estocolmo, deflagrada em 2012 para combater o crime de exploração sexual de jovens no Amazonas, envolvendo políticos, entre eles o ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro, e empresários.
 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Com exaltação do imaginário caboclo, Caprichoso vence 52º Festival Folclórico de Parintins, no AM

MEC recolhe livro didático com conto que aborda incesto, tortura e morte

'A perseguição nunca acabou', diz autor de livro sobre caçada nazista a gays