Oposição fecha estratégia mirando no julgamento de Dilma.
Com o sentimento de que a pronúncia será aceita nesta terça-feira (9)
pelo Senado, integrantes da oposição ao presidente em exercício da
República, Michel Temer, elaboraram uma estratégia para levar o
julgamento de Dilma Rousseff para setembro. A ideia é ganhar tempo ao
mesmo tempo em que buscam os votos necessários para impedir a condenação
da petista.
FONTE PORTAL TERRA
A estratégia consiste em apresentar questões de ordem no plenário do
Senado para postergar a votação, na divulgação de uma carta aos
brasileiros assinada por Dilma e também um recurso ao Supremo Tribunal
Federal (STF). Parte dela já entrou em ação, como o pedido ao STF para o
processo ser paralisado enquanto Temer não for investigado pela
Procuradoria-Geral da República.
As informações divulgadas na última edição da revista
Veja
, em que a construtora Odebretch teria destinado R$ 10 milhões ao PMDB
provocaram um ajuste na estratégia. “Diante dos fatos que surgiram nesse
final de semana, esta Casa deveria suspender a tramitação do processo
do impeachment”, disse o líder da minoria, Lindbergh Farias (PT-RJ).
Farias e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) estiveram reunidos
com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na noite de ontem. Após o
encontro, o líder da minoria adiantou que serão apresentadas até dez
questões de ordem. “A gente acha que vai gastar umas duas horas”, disse o
petista.
A sessão está marcada para começar às 9h. A estimativa é que ela dure
entre 15 e 20 horas, já que todos os senadores terão direito a falar por
até dez minutos. Até às 21h de ontem, 41 parlamentares estavam
inscritos. O relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), defesa e
acusação terão meia hora cada.
Ao retardar o início da votação, os aliados de Dilma empurram o início
do julgamento, caso se confirme a tendência de que a pronúncia seja
aceita, para 26 de agosto, uma quinta-feira, de acordo com os prazos
previstos na legislação. Depois, tentariam convencer Lewandowski a
deixar o início do julgamento pelo menos para 29 de agosto.
Carta
Para angariar apoio externo, Dilma deverá divulgar uma carta aos
brasileiros. Ela defenderá a realização de um plebiscito para a
realização de novas eleições. Pela Constituição Federal, há apenas a
hipótese no caso de presidente e vice deixarem o cargo em definitivo.
Nos primeiros dois anos de mandato, os eleitores seriam consultados para
escolher o novo chefe da nação. Nos dois últimos, o pleito é indireto,
pelo Congresso.
Quando a denúncia chegou ao Senado, senadores como Cristovam Buarque
(PPS-DF), chegaram a sugerir que Dilma propusesse uma nova eleição. A
petista resistiu à ideia, mas a admitiu depois de, segundo aliados, ver
que teria um governo com muitas dificuldades políticas caso o
impeachment não fosse aprovado.
Pressa
Aliados de Michel Temer defendem que o processo seja encerrado ainda em
agosto. Afirmam que precisa acabar com o “clima de indefinição” no
país. O processo começou a tramitar na Câmara em dezembro do ano
passado. No Senado, a aceitação da denúncia ocorreu em 12 de maio.
“Após 120 dias da votação da admissibilidade na Câmara, estamos
concluindo esse processo que não pode atrasar mais. Em nenhum momento se
quebrou o rito definido pelo STF resguardado todo o direito a ampla
defesa. Houve todo um protocolo de cumprimento de regras e normas que
foi seguido à risca", afirmou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
Nos bastidores, além de evitar que ocorra uma mudança relevante de
votos, aliados de Temer também querem evitar novos constrangimentos
contra o peemedebista. Como, por exemplo, ter que viajar para o encontro
da cúpula do G-20, na China, na condição de interinoFONTE PORTAL TERRA
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