Ministério Público recebe denúncias contra a Cosanpa.
População reclama da interrupção do fornecimento e a qualidade da água.
Companhia está na décima posição no ranking de reclamações do Procon.
O Ministério Público do Pará recebeu seis denúncias contra a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) de janeiro a agosto de 2016. A concessionária ocupa a décima posição no ranking de reclamações da Diretoria de Proteção de Defesa do Consumidor do Pará (Procon-Pará) com 151 denúncias só neste ano.
A Cosanpa leva o abastecimento de água a 1.226.267 pessoas na região metropolitana de Belém, o fornecimento chega por meio de 333.792 ligações. Mas rotineiramente consumidores reclamam da interrupção do fornecimento ou pela péssima qualidade o produto que é disponibilizado pela companhia estatal.
“A água da Cosanpa só presta para lavar banheiro. Não presta para fazer comida e nada de panificação porque é de péssima qualidade, só ferrugem”, disse Carlos Rodrigues, proprietário de uma padaria no bairro de Val de Cans e chega a gastar R$ 500 por mês com garrafões de água mineral para poder preparar os produtos da panificação.
No conjunto CDP, também no bairro de Val de Cans, a dona de casa Rosa Moares tenta terminar a obra de reforma na casa, mas o serviço segue em lentidão devido à falta d´água. A obra só não parou porque ela armazena o líquido em duas caixas d´água, e mesmo assim a água é suja.
"É daquela cor amarelada, que não conseguimos nem consumi-la. A dificuldade é com o pedreiro, que tem que descer e subir com a água. Aí fica difícil com uma casa em obra", explica Rosa.
Na manhã de quarta-feira (17), o promotor de Justiça do Consumidor, Marco Aurélio do Nascimento, reuniu com o presidente da Cosanpa, Luciano Lopes Dias, e representantes de moradores de bairros da região metropolitana de Belém para discutir o serviço prestado pela Companhia em alguns bairros da capital.
Segundo o presidente da Cosanpa, grandes investimentos para a realização de uma reestruturação do sistema de saneamento de Belém estão sendo direcionados para a concessionária.
“Trabalhar com saneamento e resolução de problemas emergenciais não satisfazem o que a gente precisa satisfazer, o que a lei determina é a universalização do saneamento. Por isso, grandes investimentos estão projetados com recursos garantidos junto à União, outros financiados pelo Governo do Estado para Belém e Região Metropolitana”, justificou Luciano Lopes Dias.
De acordo com o promotor de justiça, a demanda emergencial exigida pela população tem que ser solucionada de maneira mais ágil e eficaz o problema de interrupção do fornecimento de água, visando também um planejamento macro do sistema de abastecimento da cidade para tornar mais eficiente o serviço prestado.
“A Cosanpa precisa dar uma resposta rápida àquilo que for operacional para que possamos atuar imediatamente. Diante disso, vamos aguardar para que a Cosanpa cumpra o que prometeu e acompanhar para que sejam feitos esses investimentos. Caso contrário, o Ministério Público ingressa com as ações para cobrar da justiça nesse sentido. O que não pode é cobrar um serviço que não está sendo realizado. Como é que pode mandar uma conta se o consumidor não tem a água na sua torneira?”, afirmou Marco Aurélio Nascimento.
Via G1 Santarém
Comentários
Postar um comentário