STF suspende decisão da Justiça do Pará que obrigava Governo a pagar piso salarial dos professores
O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar ao Governo do Pará suspendendo decisão da Justiça Estadual que obrigava o pagamento do piso nacional
aos professores. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do
Pará (Sintepp) disse que deve recorrer no prazo de até cinco dias.
A decisão da ministra Carmem Lúcia considerou a soma do vencimento-base
e gratificação do magistério, que segundo o Governo, são vantagens
pagas indistintamente a todos os professores.
A liminar foi divulgada pelo Procurador-Geral do Estado, Ophir
Cavalcante, e a secretária de Administração, Alice Viana, em entrevista
coletiva à imprensa.
O Governo afirmou que o Pará é um dos poucos estados que não parcelou
ou atrasou nenhum pagamento dos servidores e que a remuneração do
professor em início de carreira é maior que o piso nacional da
categoria.
Ainda segundo o Estado, o piso hoje está fixado em R$2.455,35. No
entanto no Pará, o salário inicial chega a R$3.772,69, sendo que a
remuneração média de um professor com 200 horas é de R$4.834,94.
O Sintepp disse que o governador Simão Jatene insiste em não pagar o
piso salarial do magistério. A assessoria jurídica do sindicato
considerou que a decisão do STF não analisa o mérito do direito que os
servidores possuem sobre o valor correto do piso salarial profissional,
"que é inquestionável" e que a determinação analisa especialmente o
impacto financeiro que o Estado diz que iria sofrer com o pagamento do
piso.
No pedido de liminar, o Governo alegou que o cumprimento da
determinação da Justiça do Pará seria uma "imediata despesa adicional,
para o atual exercício de 2018", no valor de R$393.612.430,08, que
somado ao da decisão sobre o piso resultaria em quase R$845 milhões,
além de R$24 milhões por dia em caso de descumprimento.
Em nota, o Sintepp lamentou a decisão do STF e citou a atitude do
governador de "massacrar os servidores e a própria educação do Pará, ao
deixar de pagar o piso salarial do magistério, não efetuar revisão geral
da remuneração aos demais servidores da educação, não efetuar a
progressão funcional, abandonar as escolas que se mantém sucateadas e
sem qualquer segurança".
A nota também repudiou a "forma circense" com
que a Procuradoria-Geral do Estado e a Sead convocaram uma entrevista
coletiva para "comemorar a decisão".
Fonte G1 Pará
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