Fundador do Wikileaks tem internet cortada por interferir em outros países
A ministra de Relações Exteriores do Equador, María Fernanda Espinosa, confirmou nesta quarta-feira que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, está sem acesso à internet desde o final de março, quando o governo o acusou de descumprir acordo escrito, assumido em 2017, de não interferir na política de outros países e colocar em risco os laços internacionais do país.
O Equador oferece asilo a Assange desde 2012 em sua embaixada em Londres.
“Atualmente, Assange segue sem acesso às redes sociais e à internet”, disse a ministra em um encontro em Quito, capital equatoriana, com um reduzido grupo de jornalistas.
A decisão ocorreu na semana em que Assange postou uma mensagem em seu Twitter desafiando a acusação do Reino Unido de que a Rússia foi responsável pelo envenenamento do ex-agente duplo russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia, na cidade inglesa de Salisbury, no início de março.
Segundo comunicado emitido pelo governo equatoriano, Assange estaria “pondo em risco as boas relações que o país mantém com o Reino Unido, com o resto dos Estados da União Europeia e com outras nações” por meio de mensagens nas redes sociais.
Espinosa, que em dezembro concedeu a nacionalidade equatoriana a Assange para tentar tirá-lo do Reino Unido com passaporte diplomático, acrescentou que estão sendo feitos todos os esforços “pela via diplomática para resolver a situação, e estamos fazendo isso em permanente diálogo com o Reino Unido” e com “equipes de advogados”.
“Estamos buscando uma saída, mas essa saída tem que estar dentro do direito internacional dos direitos humanos”, lembrou a ministra.
Há alguns meses, o próprio presidente do Equador, Lenín Moreno, qualificou Assange como “uma pedra no sapato” e disse que era vontade do Equador encerrar essa situação.
Assim confirmou hoje também a ministra de Relações Exteriores, mas advertiu que para seu país continua sendo “fundamental garantir a integridade da pessoa protegida”.
“Eu diria que ambos países (Equador e Reino Unido) têm interesse e intenção de que isto se resolva, que haja uma saída que permita a Assange estar em uma condição melhor. Como digo, é preciso juntar vários temas para um acordo definitivo”, disse a chanceler equatoriana.
VEJA.com
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