Em Manaus Homicídio por engano teria motivado chacina em campo de futebol, diz polícia

Segundo a polícia, desentendimento ocorreu dentro da mesma facção. Chacina deixou seis mortos e nove feridos na Compensa 2, em Manaus.
Crime ocorreu em campo de futebol dentro do CSU da Compensa 2 (Foto: Jamile Alves/G1 AM)
Crime ocorreu em campo de futebol dentro do CSU da Compensa 2 (Foto: Jamile Alves/G1 AM)

Uma pessoa morta por engano teria motivado a chacina que resultou na morte de nove pessoas em um campo de futebol na Compensa 2, Zona Oeste de Manaus, na terça-feira (12). Essa é a linha de investigação adotada pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que aponta ainda que o crime ocorreu entre membros de uma mesma facção criminosa.

As informações foram repassadas pelo delegado titular da Especializada, Juan Valério, em entrevista ao Grupo Rede Amazônica. Diferente da primeira suspeita da Polícia Civil, a chacina não ocorreu por conta de uma retaliação de uma facção rival.

"Essa facção tem alguns pilares. O Zé Roberto seria a pessoa mais emblemática, por que seria o fundador. Nós passamos a analisar todos os homicídios ocorridos ao longo da semana com características de execução do crime organizado, para ver se teriam uma ligação (...) Nós vislumbramos [o homicídio de] uma pessoa com um homônimo de uma pessoa que está à frente do tráfico na Zona Sul e, posivelmente, isso que teria gerado a situação", explicou o delegado.

Novas circunstâncias do crime

No dia do crime, um treino de futebol ocorria no campo. De acordo com a Polícia Civil, era o treinamento do time Jamaica T5, que pertence a um filho de Zé Roberto, líder da facção envolvida na chacina.

"O time em questão é de conhecimento tanto da comunidade local como aqui no nosso estado também. Esse time foi fundado pelo Zé Roberto. Inicialmente ele foi chamado de Compensão e, logo após, seu filho Luciano assume e cria o Jamaica T5", informou.

Análise do setor de inteligência e depoimentos de testemunhas também resultaram em outra compreensão para as circuntâncias do crime. Juan Valério afirma que, invés de chegarem no local aos tiros, os criminosos exigiram que os presentes no campo se deitassem no chão, para que pudessem identificar os envolvidos no homicídio.

"Eles chegaram lá no campo, fizeram a contenção das pessoas, porque sabiam que as pessoas envolvidas no homicídios estariam ali no campo, era um dos jogadores. Então mandaram todos se deitar e que não corressem, que quem corresse iria ser morto. Algumas pessoas começaram a correr, principalmente as pessoas envolvidas, e aí começou o tiroteio", afirmou.

Alvo de chacina ficou ferido
Ainda de acordo com a investigação da DEHS, o alvo do crime foi baleado. Ele tinha um mandado de prisão, que foi cumprido quando ele estava no hospital. À polícia, ele negou o crime.

Valério disse ainda que a polícia está perto de elucidar o caso. "As pessoas foram lá encapuzadas e nós já temos ideia de onde isso partiu e vamos buscar identificar os autores desse fato", disse.

Segundo ele, moradores da área não querem contribuir com a divulgação de imagens de câmeras de segurança. "Nós temos o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) que nos auxilia, mas nós temos ali câmeras particulares que ficam próximas da rua e que nos auxiliaria e muito para identificar os autores", completou.

Quem deseja contribuir com as investigações pode ligar para o 181 da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) ou para o número da DEHS, (92) 98118-9535. A polícia ressalta que a identidade do denunciante será preservada.

Nomes dos mortos confirmados pelo IML

Davi Costa da Silva, 27 anos
Ronaldo de Oliveira Souza, 23 anos
Michel de Sena Passos, 33 anos
Edilson Xavier Diniz Júnior, 24 anos
José Diego Sena Serrão, 17 anos
Rodrigo de Oliveira Souza, 24 anos

Entenda sobre a chacina

Homens encapuzados e armados com fuzis invadiram CSU da Compensa 2, na Zona Oeste de Manaus, na terça-feira (12);

Um treino de futebol do time Jamaica T5, pertencente ao filho do líder de uma facção, ocorria no local;

Ao todo, 15 pessoas foram atingidas: seis morreram e nove ficaram feridas. Um adolescente tem estado gravíssimo.

Dois carros que teriam sido usados pelos criminosos foram apreendidos após serem abandonados em Manaus;

Tropas de Choque, Rocam, Força Tática e o efetivo das Companhias Interativas Comunitária (Cicoms) foram acionadas para reforçar a segurança na localidade.

Fonte G1 Amazonas



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