Amazonas tem 3ª maior taxa de diagnósticos de grávidas infectadas com HIV do país


Na população geral, incidência de casos teve aumento 35% em levantamento feito ao longo de dez anos.


Em 2017, foram identificados 299 casos de grávidas com o vírus HIV no Amazonas  — Foto: Reprodução/RPC
Em 2017, foram identificados 299 casos de grávidas com o vírus HIV no Amazonas — Foto: Reprodução/RPC

O Amazonas registrou taxa de detecção de HIV em gestantes maior que a média nacional. A taxa de diagnósticos de grávidas infectadas no Amazonas é a terceira maior entre os estados do Brasil. Manaus concentra a maioria dos casos registrados de HIV até 2017. Entre a população geral, em dez anos, houve um aumento de 35% nos casos de Aids no estado. Os dados são do novo Boletim Epidemiológico HIV Aids, divulgado nesta terça-feira (27), em Brasília.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, no período de 2000 até junho de 2018, foram notificadas 116.292 gestantes infectadas com HIV. Os percentuais registrados em cada região do país são:
  • 38,6% das gestantes são residentes da região Sudeste;
  • 30,4% moram na região Sul;
  • 17,2% residem na região Nordeste;
  • 8% moram na região Norte;
  • 5,8% residem na região Centro-Oeste.
No ano de 2017, foram identificadas 7.882 gestantes no Brasil com HIV, sendo 30,2% na região Sudeste, 29,0% no Sul, 21,9% no Nordeste, 12,5% no Norte e 6,4% no Centro-Oeste.
De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de detecção de gestantes com HIV no Brasil vem apresentando uma pequena tendência de aumento nos últimos anos, em grande parte devido ao grande incremento de testes rápidos distribuídos pela Rede Cegonha. Desde sua implementação no SUS, em 2012, foram distribuídos 17.062.770 testes rápidos (exclusivamente para a Rede Cegonha, até outubro de 2018) - isso é: 36,4% do total de testes rápidos distribuídos no país.
Em um período de dez anos, houve um aumento de 21,7% na taxa de detecção de HIV em gestantes: em 2007, a taxa observada foi de 2,3 casos/mil nascidos vivos e, em 2017, passou para 2,8/mil nascidos vivos.
“Esse aumento poderia ser explicado, em parte, pela ampliação do diagnóstico no pré-natal e a consequente melhoria da prevenção da transmissão vertical do HIV. A tendência de aumento também é verificada em todas as regiões do Brasil, exceto na região Sudeste, em que se nota tendência linear e variações pouco expressivas ao longo da série histórica”, aponta o Boletim Epidemiológico.
As regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram maiores aumentos na taxa, de 118,5% e 87,5% respectivamente, nos últimos dez anos. Em toda a série histórica, a região Sul apresentou as maiores taxas de detecção no país. Em 2017, a taxa observada nessa região foi de 5,8 casos/mil nascidos vivos, mais de duas vezes superior à taxa nacional.
O Amazonas é um dos sete estados do país que apresentaram taxa de detecção de HIV em gestantes superior à taxa nacional em 2017 (2,8 casos a cada mil nascidos vivos):
  1. Rio Grande do Sul: 9,5 casos/mil nascidos vivos;
  2. Santa Catarina: 5,2 casos/mil nascidos vivos;
  3. Amazonas: 3,9 casos/mil nascidos vivos;
  4. Pará 3,4 casos/mil nascidos vivos;
  5. Alagoas 3,2 casos/mil nascidos vivos;
  6. Mato Grosso do Sul: 3,2 casos/mil nascidos vivos;
  7. Paraná: 2,9 casos/mil nascidos vivos.
Manaus é quarta entre as 26 capitais e Brasília com maior taxa de nascidos vivos com HIV. A capital amazonense tem taxa de 6,1 a cada 100 mil nascidos vivos.

Perfil

Desde 2000, a faixa etária entre 20 e 24 anos é a que apresenta o maior número de casos de gestantes infectadas com HIV (28,3%). Foi observada que a maioria das gestantes infectadas com HIV possui da 5ª à 8ª série incompleta, representando 36,8% do acumulado de casos notificados no período. A proporção de mulheres com nível médio completo vem apresentando tendência acentuada de aumento, tendo passado de 7,8% em 2007 para 25,7% em 2017. Enquanto isso, a faixa etária mais prevalente em toda a série, com escolaridade da 5ª à 8ª série incompleta, segue em declínio: em 2007, a proporção era de 39,1%, e em 2017, foi de 27,3%.
Quanto à raça/cor da pele autodeclarada, há um predomínio de casos entre mulheres pardas, seguidas de brancas. Em 2017, estas representaram 48,5% e 36,3% dos casos, respectivamente. As gestantes negras corresponderam a 14% nesse mesmo ano. Mesmo em tendência constante de queda, a proporção de gestantes brancas era superior à de pardas de 2000 a 2012. Em contrapartida, a tendência entre as mulheres pardas vem crescendo desde o início da série, as quais em 2012 se tornaram a maioria dos casos no país.

Incidência de HIV na população geral

Ao todo, 6.503 casos de HIV na população foram notificados em todo Amazonas de 2007 até primeiro semestre de 2018. 


Casos de Aids

A Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças.

De 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de Aids no Brasil, ou seja, quando o vírus age contra o corpo da pessoa infectada. O país tem registrado, anualmente, uma média de 40 mil novos casos de Aids nos últimos cinco anos. O número anual de casos da doença vem diminuindo desde 2013, quando atingiu 43.269 casos; em 2017 foram registrados 37.791 casos.

O Amazonas registrou aumento de 35% na taxa de detecção de Aids por ano de diagnóstico entre 2007 e 2017. 

No Brasil, de 1980 até junho de 2018, foram registrados 606.936 (65,5%) casos de aids em homens e 319.682 (34,5%) em mulheres. A maior concentração dos casos de Aids no Brasil foi observada nos indivíduos com idade entre 25 e 39 anos, em ambos os sexos.

 Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,6% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,7% do total de casos registrados de 1980 a junho de 2018.

Foram registrados no Amazonas desde 1980 até primeiro semestre deste ano 17.786 casos de Aids.


Mortalidade por Aids

Desde o início da epidemia de Aids em 1980 até 31 de dezembro de 2017, foram notificados no Brasil 327.655 óbitos tendo o HIV/Aids como causa básica. A maior proporção desses óbitos ocorreu na região Sudeste (58,9%), seguida das regiões Sul (17,7%), Nordeste (13,3%), Centro-Oeste (5,2%) e Norte (4,9%).

Em 2017, a distribuição proporcional dos 11.463 óbitos foi de 40,5% no Sudeste, 22,2% no Nordeste, 20,0% no Sul, 10,5% no Norte e 6,8% no Centro-Oeste.

No período de 2007 a 2017, houve uma queda de 14,8% no coeficiente de mortalidade padronizado para o Brasil, que passou de 5,6 para 4,8 óbitos por 100 mil habitantes. No mesmo período, observou-se aumento nesse coeficiente em todos os estados das regiões Norte e Nordeste, à exceção de Roraima e da Bahia, que apresentaram queda de 33,3% e 3,0% em seus coeficientes, respectivamente.

Em relação ao ano passado, quando analisada a mortalidade por estado, onze deles apresentaram taxa superior ao nacional, que foi de 4,8 óbitos por 100 mil habitantes. O Amazonas aparece com a terceira maior taxa com 7,8 mortes a cada 100 mil pessoas. 

 Por Adneison Severiano, G1 AM

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