Coordenador do Programa de Monitoramento de Queimadas do instituto,
Alberto Setzer, lembra que a grande maioria dos incêndios tem origem
humana. “Eu diria que mais de 99%, sendo por acidente ou proposital. E
essa ação humana é proibida por lei”, disse. Segundo o pesquisador,
apesar dos números deste ano ainda estarem abaixo dos registrados em
2017, quando foi registrada uma forte estiagem neste período, as
ocorrências ainda são alarmantes e as autoridades locais não conseguem
coibir essas ações.
“Com certeza, novos desmatamentos estão associados a estes incêndios e
antigos desmatamentos também para cobrir o entorno da vegetação, assim
como o uso do fogo para preparar a roça”, citou. Setzer lembrou que
muitas propriedades na região recorrem à queima da vegetação para criar
uma camada de nutrientes para a plantação. “Mas, a longo prazo, usando
fogo todos os anos, o solo fica pobre e exausto”, completou.
Amazônia
Durante todo o mês de agosto, o território paraense, que
historicamente é citado pelos números de desmatamento, teve 1.380
ocorrências ante de mais de 5 mil em todo Brasil. Três cidades lideram
o
ranking de focos de incêndios: Novo Progresso (340), Altamira (277) e São Félix do Xingu (236).
No mesmo mês, Mato Grosso registrou 790 focos e o Amazonas, 503. Os
três estados têm a Amazônia como o bioma exclusivo ou parcial, no caso
do Mato Grosso. Pelos registros do Inpe, quase dois terços das queimadas
impactaram diretamente esse bioma, que predomina na maior parte do
território nacional (49,29%).
Apesar de ser caracterizado pelo clima quente e úmido e por
florestas, a região contemplada por este bioma têm, nos meses de agosto,
setembro e outubro, baixa ocorrência de chuvas.
“Em parte do Piauí e do Maranhão não choveu nada. Em Mato Grosso, no
Tocantins e Pará choveu muito pouco. Foi um mês que choveu muito pouco e
onde choveu foi abaixo da média”, disse.
Cerrado
O segundo maior bioma da América do Sul, presente em 22% do território brasileiro, também ocupa o segundo lugar no
ranking de
biomas afetados pelos incêndios de agosto. Mesmo sendo característico
de áreas onde o clima seco predomina neste período do ano, como a
totalidade do Distrito Federal e boa parte de Goiás, Tocantins, do
Maranhão, de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, os focos no Cerrado ao
longo do mês representaram 35% do volume total registrado na Amazônia.
Entre os estados cobertos por este bioma, o Maranhão lidera a lista
com 473 casos, seguindo por Tocantins (447) e Minas Gerais (271).
Fonte http://aprovinciadopara.com.br
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